Por @AninhahBrasil
Era uma vez, melhor dizendo (pois isso tá velho demais para o século XXI), num dia por aí, estava eu no balanço tagarelando sozinha sem nenhum amigo para me consolar da solidão que eu tava eu acabei criando ele: O Freddy
O Freddy é perfeito: Me ouve, ele não me julga, é companheiro, não me trai e nunca irá me abandonar.Mas os meus outros amigos tem ciúme do meu querido amigo imaginário e eles “batem” nele (coitadinho do Freddy :/ ).Um dia resolvi sair da rotina: eu ia ir pelo mundo vivendo aventuras, é, apesar de ter 10 anos cometi essa doideira de sair andando como se eu fosse uma adulta qualquer.
Eu já estava cansada daquilo tudo, pois eu estava com intensos desejos de me matar e sair gritando pro Itaperuna afora: “AAAAAAAAAA TO FICANDO LOUCAAAA”. Sim, isso é realmente trágico e muito traumatizador. No caminho, encontrei uma velha senhora que andava com a bengalinha e com a ajuda de sua filha chamada Roseane. Quando esta velha senhora me viu “conversando” com o meu amigo imaginário, sussurrou para a filha:
- Agora eu achei alguém mais lélé do que eu, e olha que tem tempo que eu não tomo os meus remédios!!
Sua filha ria, mas resolveu me parar na rua e perguntar o que eu estava fazendo conversando sozinha com uma mala na mão e andando desgovernada, respondi o meu drama de vida e ela, espantada, disse:
-Menina, você é uma garota bonita e não deve ficar andando pro aí com um bicho que não existe e com esses psicopatas que existem no mundo, o quê você irá fazer?
Primeiramente tive um ataque do coração quando disse que o meu amigo imaginário era um “bicho que não existe”. Depois ela estava me desencorajando de sair de casa e fazer minha história, como fizeram outras pessoas com histórias de vida impressionantes. Disse isso tudo para ela e então, Roseane me olhava com os olhos encharcados e dizia:
-Vamos te ajudar, pequena garota. Apenas me diga o seu nome porque ficar de chamando de menina, garota, etc é realmente chato e principalmente que seu nome, provavelmente, não seja Garota ou Menina.
Eu ri, mas depois falei que meu nome era Ana Clara mas ela podia me chamar de Aninha, pois já estou acostumada com esse apelido. Essa mulher e sua mãe me acolheram como se eu fosse da família, mas nem pensei na minha família biológica. Só sei que minha mãe deve ter tido um ataque de nervos ao extremo e depois ter chamado a FBI, forças armadas, polícia federal, o corpo de bombeiros, enfim, tudo.
No caminho da casa das duas, foi uma trilha do azar: Eu pisei no cocô do cavalo que passava (que por sinal tinha deixado a estrada tão cagada que dava pra adubar 105 fazendas), um caminhão passou pela poça de lama e jorrou a água suja toda em mim, um cachorro me mordeu e fora que um pirralho me roubou R$10,00 que eu tinha no meu bolso (só me faltava ser atacada por um ninja!!). Depois que cheguei a casa delas, corri direto para o banheiro tomar um banho porque já estava com o pé cagado, coberta de lama e mordida por todo lado do corpo. Tive que pedir ajuda à Roseane, foi muuuuuito difícil eu conseguir tomar banho daquele jeito!!
Depois daquele dia de azar puro, estava na hora de jantar. Nossa, a Dona Cleide (a velhinha que me acolheu) tinha um dom para cozinhar, apesar de ser beeem velha. Quando fomos dormir, eu fiz um pedido para uma estrela que tinha passado no céu: “Quero que o Freddy seja real e tenha as mesmas qualidades quando ele era VIP da minha mente”. Voilà, foi só eu pedir que na manhã seguinte eu acordei com um garotinho de 8 anos roncando do meu lado, eu cheguei a tomar um tremendo susto que acordei a Roseane perguntando se era o filho dela. Roseane também estranhou e eu perguntei para aquele estranho garoto, sendo curta e grossa:
-Ei, qual é seu nome e como você veio parar aqui??
Ele me respondeu:
-Meu nome é Freddy e não sei exatamente como vim parar aqui, acho que uma estrela me mandou aqui.
Depois daquilo eu não fiquei com o queixo no chão, mas lá no núcleo interno da Terra. Como poderia ser possível aquilo??Quando eu ouvi ele dizer aquilo eu gritei, chorei, pulei de emoção e depois quase sufoquei o coitado de tanto o abraçar.Freddy entrou no clima e não sei de onde ele tirou um radiozinho e a gente começou a dançar que nem uns malucos. Dona Cleide começou a gritar achando que o mundo estava acabando, mas depois eu fui explicar tudo e ocorreu tudo bem.
Tomamos um café da manhã, escovamos o dente e fomos à luta. Encaramos frio de lascar, calor de rachar o coco e pior que a gente esqueceu de levar uma sacola para vômito.Eu tive que encarar aquele vômito verde do Freddy que realmente foi muito nojento. Depois de todas as dificuldades, nós entramos numa caverna estranha que reluzia luzes de seus diamantes escondidos em entranhas de pequenos buracos. Freddy foi catando tudo e não deixou nadica de nada pra mim.
A gente usou a caverna como lar e fizemos uma fogueira para nos espantar dos bichos ferozes que ali habitavam e nos manter quentinhos. Depois disso nós fomos para o topo de uma montanha que estava perto de nossa caverna.Foi duro chegar até lá mas compensou bastante, pois achamos um lugar secreto que tinha muitos objetos preciosos e raros.
Passou semanas, meses, anos e nenhum sinal meu em Itaperuna. Minha mãe e meu pai choravam de tristeza pois achavam que eu tinha morrido ou coisa e tal.Mas depois de um tempo eu apareci do nada na minha verdadeira casa (eu já estava crescida e muito mudada), minha mãe berrava de chorar e morrendo de saudade de mim e meu pai, mesmo com aquele jeito de durão dele, não aguentou e acabou se esparramando na choradeira.Contei tudo sobre o que ocorreu na viagem e, principalmente, os apresentei ao meu ex-amigo imaginário Freddy.
É, ocorreu tudo beleza e foi uma tremenda viagem. Até que foi meio divertido...
Moral da história: Siga sempre seus sonhos, por mais que eles pareçam bobos ou estúpidos.
Update: A imagem da postagem é dela também.... garota danada
Robson, você tem mesmo que ficar orgulhoso, pois o texto da Ana ficou muito bom!
ResponderExcluirAna, anime-se: vire blogueira! rs
Um abraço,
Andréa Motta
Robson!
ResponderExcluirVocê tem uma filha com uma bela imaginação! Parabéns! Adorei!
Hehehehe....
ResponderExcluirJá posso sentir o teor da fama borbulhar *-* rsrsrrsrs
brincadeira :B
Obrigada pelos elogios da minha historinha :D
PS: Hey, elogiem o Freddy também, ele contribuiu para complementar a história '-'
Robson, de fato, só quem tem filhos entende a razão desses nossos sentimentos. As vezes é uma expressão, uma frase, e você arregala os olhos e ri e se pergunta "nossa de onde foi que ele tirou isso?" Isso porque a gente acompanhou tudo, desde aquele primeiro dia em que chutaram nossa barriga e a gente disse que se fosse um menino seria jogador de futebol, rsrs. Tudo, absolutamente tudo, passa pelo olhar atento dos pais e como é bom vê-los crescer e terem suas proprias opiniões, mesmo quando nos criticam, e a gente se vê aprendendo com aqueles a quem tanto ensinamos.
ResponderExcluirAninha...Parabéns pelo texto, muito criativo. Um beijo pra você e outro, pro Freddy :-)
Aninha,
ResponderExcluirQue texto fofo! Adorei o Freddy, parabéns! Nada como sair por aí, sem lenço e sem documento para encontrar uma bela de uma aventura. Continue escrevendo e publicando.
Abraços,
Aninha,
ResponderExcluirshow sua história!
quem sabe rolam outros episódios de suas aventuras com o Fred por aí?
abços
Lilian
Vá em frente, Aninha!
ResponderExcluirVocê vai ser escritora se continuar escrevendo tudo o que imaginar.
Beijinhos