Imagine que não aguentamos mais conviver com tanto conteúdo, que nossa atenção ficou tão reduzida que não conseguimos mais nos concentrar em nada com profundidade, que os estímulos nos interrompendo a todo instante em tantas mídias diferentes eram tantos que ... não conseguimos ler os jornais, acompanhar os twitts, ver os filmes na TV, não respondemos e-mails, não olhamos nossos blogs e portais favoritos, não acompanhamos as séries, não damos mais conta de tanta informação... e, por fim, não resistimos à cultura contemporânea do excesso.
Se esse cenário existisse, a primeira providência seria banir o direito da leitura. Sim, porque afinal de contas, ler faz mal. Ou como diz o nosso caríssimo presidente Lula, "ler dá azia". Claro que tudo isso é uma brincadeira, mas serve pra gente pensar mais um pouco sobre a Era do Excesso de informação, que já esteve nessa coluna algumas vezes.
O filme Fahrenheit 451 faz uma leitura bem legal e mostra exatamente esse cenário em que a leitura é proibida. Ele foi adaptado do livro de Ray Bradbury e conta a história de um tempo no futuro em que o trabalho dos bombeiros era destruir livros. As pessoas "deduram" as outras e os bombeiros vão até as casas, procuram os livros proibidos, juntam tudo e depois incendeiam. Em vez de apagar, os "firemen" acendem o fogo, já é bem curioso. O filme tem esse nome porque é essa a temperatura em que o papel queima e embora seja antigo, tem um roteiro bem inteligente. É engraçado ver a revista/ jornal que mais parece um quadrinho, mas sem nenhuma letra, aliás, não há inscrição nenhuma em todo o filme, a não ser nos livros proibidos.
Outra passagem muito legal é a do comandante dos bombeiros explicando para o operador de lança-chamas porque é que os livros são perigosos para a mente humana e como eles nos tornam diferentes um dos outros. Para efeito de análise, podemos aplicar esse conceito dele para as outras mídias e conteúdos também: como nos diferenciamos por eles?
Eu preparei uma pequena edição de quatro minutos. Na primeira parte há o ritual de queimar livros e na segunda, o discurso do comandante, veja:
Então, o que achou? Se quiser saber mais sobre cultura do excesso, leia também esse artigo no blog do Encontro de 2 Mundos.
Up the Webwriters!
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