5.6.10

Primeira ou Ultima Vez


Bela Nona

Seus cabelos negros se misturam aos meus dedos e a escuridão da noite
seu corpo macio e maravilhoso em que minha mão desliza descobrindo seus segredos
Ouço seus sussurros e gemidos misturados aos nossos cheiros
transportando nossos corpos para algum lugar além da lua

Fazendo amor vamos criando o mais belo quadro, despimos nossas almas,
onde transcendemos o limite do belo e do feio e de nossa sexualidade
onde não há mais macho ou fêmea
Nesse estagio ignoramos a nossa humanidade e nos transformamos em divinos
onde a divindade advém do mais nobre dom da vida: a própria vida

No seu corpo sinto os fundamentos da mãe natureza
e aos movimentos de nosso amor nos entregamos,
movimentos que embalam o mundo num ritmo constante e vigoroso
Onde nosso clímax é um amanhecer inconfundível e brilhante

Estasiados e satisfeitos nos entregamos ao toque dos lábios
num silencio somente quebrado por um abraços forte
e em meu peito você repousa a sua cabeça ouvindo as batidas do meu amor
e eu tendo o seu calor a me embalar

Mas essa é a nossa primeira ou ultima noite?
não sei dizer pois todas elas são sempre como a nossa primeira vez
magicas, maravilhosas e cheias de amor,
fazendo do corpo um cálice cheio de sonhos
e da alma o berço do gozo
Por isso as vivemos como se fossem a nossa ultima vez

Robson Freire

2 comentários:

Tribo da Leitura disse...

Robson, seu poema erótico é muito real. Você conseguiu traduzir toda gama de sentimentos e ações de um momento que para a mulher é químico e surreal, e talvez, não sei, para o homem seja sensorial. E o seu poema contém tudo isto. Amei!

Anônimo disse...

Robson, não sabia que vc era um poeta.
Lindo e de uma sensibilidade magnífica!
Parabéns pelo blog!
Beijos,
Sheila