A pastilha tem entre seus componentes básicos a tiroxina, um hormônio antioxidante capaz de ativar a proteína UCP2, que, por sua vez, reduz a produção no organismo de radicais livres, que são os grupos de átomos que ajudam na degeneração das células do corpo e que, portanto, aceleram o envelhecimento.
Assim poderia se resumir esquematicamente o complexo funcionamento deste remédio revolucionário que, se funcionar, permitiria às pessoas não só viver mais tempo, mas alongar sua vida profissional e ter uma melhor qualidade de vida, segundo afirma o professor de Zoologia da Universidade de Aberdeen (Reino Unido).
Há dois anos a equipe de Speakman comprovou que a vida das moscas da fruta aumentava entre 10% e 15% quando se acrescentava um gene que produzia a proteína UCP2.
Agora os cientistas estão testando em ratos a efetividade desta pílula, que, embora não seja o ansiado elixir da eterna juventude, permitiria alcançar uma das metas que o homem vem perseguindo nos últimos 5.000 anos.
"Atualmente estamos pesquisando quais são os níveis adequados de tiroxina que devem ser administrados nos animais para que a pílula tenha efeito e não cause complicações adversas, já que um excesso de tiroxina pode ter efeitos secundários. A dose é primordial", advertiu Speakman.
No entanto, no caso de o experimento funcionar nos ratos, ainda seria preciso esperar cerca de 20 anos para que a pílula, que seria de consumo diário, chegasse a ser comercializada, pois teria que passar por testes em humanos e por vários ensaios clínicos.
O cientista britânico acredita que esta pílula teria que começar ser tomada a partir dos 40 ou 50 anos, que é quando se começam a sofrer complicações de saúde e a notar os efeitos do envelhecimento.
Mas até que não se ache a fórmula científica que permita aumentar a esperança de vida, a humanidade deve tentar por seus próprios meios atrasar o inevitável processo de envelhecimento, levando um estilo de vida saudável, o que significa não fumar, não beber álcool em excesso e não ingerir comida gordurosa.
Speakman considera que o objetivo de atrasar o envelhecimento não deve ser só alongar a vida para aumentar o período de inatividade ou aposentadoria, mas garantir uma vida saudável que permita às pessoas com idade avançada sentirem-se úteis na sociedade, prolongando "seu período ativo".
Ao longo dos últimos 150 anos a esperança de vida aumentou extraordinariamente nos países mais avançados, até o ponto que em alguns Estados ocidentais a longevidade média de seus cidadãos ronda os 80 anos.
O especialista acredita que a esperança de vida está chegando a seu limite biológico e que daqui até o final do século ainda aumentará, embora de forma muito mais moderada, até alcançar os 90 anos de média de vida.
Speakman participou em Barcelona de um Congresso sobre envelhecimento e longevidade, do qual também participaram outros especialistas no assunto, como o biólogo americano Robert E.
Rickfels e o neurobiólogo canadense Rudy Boonstra.
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