No relatório, que servirá de base científica na próxima reunião da cúpula de Mudança Climática da ONU, que será realizada em Bali, em dezembro, avaliam-se, por regiões, os possíveis efeitos da elevação das temperaturas na agricultura, nos ecossistemas, nos recursos hídricos, na saúde, na indústria e nos povos.
Na África, dentro de 12 anos, entre 75 e 250 milhões de pessoas serão expostas aos efeitos da seca e, em alguns países, os cultivos se reduzirão em 50%, comprometendo o acesso à comida.
Por volta do fim do século, o nível do mar subirá nas áreas litorâneas mais povoadas do continente. O custo de adaptação a este fenômeno será de entre 5% e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da África, onde em 2080 as terras áridas e semi-áridas terão aumentado entre 5% e 8%.
Até 2050, a disponibilidade de água doce no centro, sul, leste e sudeste da Ásia Central diminuirá. As áreas litorâneas, sobretudo as populosas regiões dos deltas dos rios no sul, leste e sudeste, correrão risco de sofrer inundações.
A mortalidade endêmica e devido à diarréia, associada às inundações e secas, crescerá no leste, sul e sudeste do continente.
Segundo o IPCC, a Austrália registrará por volta de 2020 uma perda significativa de biodiversidade em locais como a Grande Barreira de Corais e em Queensland.
O sul e o leste da Austrália, assim como a Nova Zelândia, terão problemas com a salubridade de água em 2030, e a produção agrícola e a áreas das florestas cairão acentuadamente devido à seca e aos incêndios.
No continente europeu, a mudança climática exacerbará as diferenças regionais no acesso aos recursos naturais. O risco de inundações no interior e no litoral aumentará, e a erosão avançará.
As camadas de gelo nas áreas montanhosas da Europa diminuirão, e várias espécies desaparecerão, até 60% delas, até 2080.
O IPCC prevê para o sul da Europa as piores condições, devido às altas temperaturas e à seca. O acesso à água será reduzido, assim como o potencial energético hidráulico, o turismo e a produtividade agrária.
Também se prevêem riscos para a saúde associados às ondas de calor e o aumento da freqüência dos incêndios florestais.
O órgão da ONU lamenta que, até a metade do século, ocorrerá uma gradual substituição da floresta pela savana no leste da Amazônia.
Com isso, há um risco significativo de desaparecimento de espécies em áreas tropicais.
Crescerá o número de pessoas em risco de passar fome devido a que a produtividade dos solos agrícolas diminuirá. Nas áreas temperadas, aumentarão os cultivos de soja.
As mudanças nos padrões das chuvas e o derretimento das geleiras terão um efeito muito significativo sobre a disponibilidade de água para o consumo humano, a agricultura e a geração de energia.
Na América do Norte, o aquecimento nas montanhas do oeste provocará inundações no inverno e reduzirá o nível dos rios no verão.
Nas próximas décadas, um moderado aquecimento trará aumento da produção nas colheitas, entre 5% e 20%, mas com grandes variações entre as regiões americanas.
No decorrer do século, as cidades que normalmente sofrem ondas de calor enfrentarão um grande número delas, com mais intensidade e duração, com o conseqüente efeito sobre a saúde.
A principal conseqüência nas regiões polares será a redução da espessura do gelo, com o aumento do nível do mar e mudanças nos ecossistemas, incluindo os dos pássaros migratórios, mamíferos e grandes predadores.
As comunidades locais serão afetadas em suas infra-estruturas e seus modos de vida, e nas duas regiões polares os ecossistemas e os habitat ficarão muito vulneráveis.
Nas pequenas ilhas, o aumento do nível do mar agravará as inundações, as tempestades e a erosão, o que dificultará a vida nesses lugares.
Por volta de 2050, a disponibilidade de água doce será muito reduzida na maioria das pequenas ilhas, entre elas as do Pacífico e do Caribe.Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/17112007/40/saude-75-250-milhoes-africanos-sofrerao-escassez-agua-2020.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário