Quando o assunto é Educação Pública, todos são unânimes (ao menos no discurso) em afirmar: “os investimentos em Educação deve ser uma prioridade de Estado”. Este aliás, parece ser o “mandamento” número UM da cartilha do bom gestor público. Apesar dos discursos politicamente corretos dos nossos gestores, há que se admitir que ainda estamos longe da situação ideal. Como bem disse o gênio Cazuza, ”…a tua piscina tá cheia de ratos. Tuas idéias não correspondem aos fatos…”, ou seja, o discurso da imensa maioria desse pessoal, é pura demagogia!!!!
É preciso entender que idéias, por melhores que elas sejam, só transformam uma realidade se forem sustentadas por ações práticas e efetivas. Só o blá, blá, blá… não resolve nada!!!
O fato mais revoltante desta história trágica, é que existe uma infinidade de ótimas experiências espalhadas pelo mundo (Finlândia, Tigres Asiáticos, Suécia, Dinamarca…), que poderiam muito bem (se houvesse de fato vontade de fazê-lo!!!!) servir como inspiração para tirarmos a Educação Pública brasileira do abismo onde ela se encontra.
Semana passada, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou uma pesquisa que desfaz (ao menos em parte) um dos maiores mitos em torno de um problema importantíssimo para a educação brasileira, a evasão escolar entre jovens e adolescentes. Segundo os pesquisadores da FVG, ao contrário do que se imaginava, a principal causa do abandono escolar entre os jovens não é a necessidade de trabalhar (para ajudar no sustento da família) e sim a falta de interesse na escola. Ainda segundo a pesquisa, uma parte considerável dos jovens que abandonam as salas de aula, não consegue perceber como os seus estudos podem melhorar as suas condições de vida e das suas famílias. Para eles estudar, além de trabalhoso e chato, não leva a lugar nenhum, é uma completa perda de tempo.
Ao que parece, este quadro preocupante não é um problema exclusivo do Brasil. Esta semana me deparei com uma campanha muito interessante feita pela Universidade de Johannesburg, na África do Sul, que visa combater justamente esse problema. A universidade sul-africana realizou uma pesquisa entre jovens e adolescentes em idade escolar e, para surpresa geral, chegou às mesmas conclusões do estudo feito pela FGV. Os jovens simplesmente não vêem os estudos como algo importante em suas vidas.
Para tentar fazer “a ficha cair” na cabeça dos jovens daquele país, a Universidade de Johannesburg contratou a Agência HKLM Connect que criou a campanha intitulada “Rethink education. Reinvent yourself” (Repense a educação. Reinvente-se). Além de uma excelente direção de arte, a campanha tem um conceito maravilhoso!!!!
Confiram:
FICHA TÉCNICA
Agência: HKLM Connect, Johannesburg, South Africa
Diretor de Criação / Diretor de Arte: Ross Ventress
Redator: Rudolph Van Rensburg
Ilustrador / Fotógrafo: Am I Collective
Data da publicação: Dezembro de 2008
Hélio Teixeira, é publicitário e editor do Blog Chapa Branca. Apaixonado pelo universo da Comunicação Digital e suas ciências. Nas horas vagas, se diverte “trabalhando” como consultor de comunicação e marketing digital. Acredita no poder transformador e mobilizador da boa Comunicação. Um idealista “incurável”!!!. Veja os artigos já publicados por ele.
Fonte: http://comunicacaochapabranca.com.br/?p=5660
4 comentários:
Robson,
Parabéns pelo Blog. Excelente design, informações relevantes e muito bem editado. O nome - IN INFINITUM - dispensa comentários... Simplesmente GENIAL!!!!Muito bom mesmo!!!
Grande abraço,
Hélio TeixeiraEditor do Blog Chapa Branca
Oi Robson
Em 2004, Janes Siqueira, doutoranda em educação da UFRGS, chegou a conclusões parecidas sobre este tema.
Realmente o jovem (e seus professores) descobriu que completar o ensino médio não lhe levará a lugar algum. As poucas excessões só confirmam a regra.
Qualquer trabalho formal está exigindo ou escolhendo contratar quem tem mais que ensino médio. A maioria das empresas contrata estagiários do ensino superior (alunos já em meio ao curso) para funções que seriam de ensino médio.
A globalização, a precarização do trabalho, mostram a cada esudante que aquilo que a escola/universidade oferecem vão resolver a vida de muito poucos dentre eles.
Escolas e universidades privadas usam o marketing não para conscientizar os estudantes, mas para garantir que eles continuem pagando os cursos, alguns deles criados só como produto de consumo e jamais como formação.
Este artigo: http://www.ufrgs.br/tramse/argos/edu/2004/04/as-transformastica-fee.html mostra com clareza algumas destas coisas.
abraço
Robson!
Adorei a postagem e a campanha! è preciso trabalhar nessa conscientização. Tenho observado que muitos alunos, quando conseguem um emprego qualquer, mesmo lá no ensino fundamental, priorizam o trabalhoe ainda usam com o argumento que eles sem estudar ganham mais que o professor. Precisamos mostrar que o estudo não serve apenas para garantir um bom emprego, mas pode mudar a vida de qualquer um pela maneira mais ampla de enxergar o mundo nos fazendo pessoas mais sensíveis e felizes. Abraço!
Meu amigo e poderoso Robson...
O jovem em sua grande maioria na idade de decisão não sabe escolher, não sabe o que quer com clareza. Sabe que tem como obrigação de ajudar a decidir?? Os pais meu caro.Penso assim devido as experiências do passado "minha mãe praticamente obrigou todos os filhos a estudarem" hoje nós agradecemos...A força está no exemplo dos pais e na família unida e decidindo juntos o futuro dos filhos!
Parabéns pelo seu blog. M A R A V I L H O S O!!!!!
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